Setembro é um mês de muitas cores no Brasil :conheça as ações de conscientização do mês.

Cada cor corresponde a uma causa relevante de saúde ou cidadania. Entre as mais destacadas estão o Setembro Amarelo (prevenção do suicídio), o Setembro Verde (doação de órgãos e tecidos) e o Setembro Roxo (fibrose cística). Cada uma dessas campanhas mobiliza instituições, governos, comunidades e a sociedade civil em geral – com o objetivo de informar, sensibilizar, derrubar tabus e provocar mudanças concretas.

Setembro Amarelo: prevenir é cuidar da vida

• O que é: uma campanha nacional (com vínculo internacional) para conscientização sobre o suicídio, seus sinais de alerta, formas de prevenção e incentivo à busca por ajuda.

  Origens: surgiu em 2015 como iniciativa do CVV (Centro de Valorização da Vida), da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e do Conselho Federal de Medicina (CFM).

  Por que setembro: o dia 10 de setembro é o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, reconhecido pela OMS e pela IASP.
  

  O suicídio é um importante problema de saúde pública, com impactos na sociedade como um todo. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde - OMS, todos os anos, mais pessoas morrem como resultado de suicídio do que HIV, malária ou câncer de mama - ou guerras e homicídios. 

  Entre os jovens de 15 a 29 anos, o suicídio foi a quarta causa e morte depois de acidentes no trânsito, tuberculose e violência interpessoal. Trata-se de um fenômeno complexo, que pode afetar indivíduos de diferentes origens, sexos, culturas, classes sociais e idades. 

  Segundo dados da Secretaria de Vigilância em Saúde divulgado pelo Ministério da Saúde em setembro de 2022, entre 2016 e 2021 houve um aumento de 49,3% nas taxas de mortalidade de adolescentes de 15 a 19 anos, chegando a 6,6 por 100 mil, e de 45% entre adolescentes de 10 a 14 anos, chegando a 1,33 por 100 mil.

  

  As taxas variam entre países, regiões e entre homens e mulheres. No Brasil, 12,6% por cada 100 mil homens em comparação com 5,4% por cada 100 mil mulheres, morrem devido ao suicídio. As taxas entre os homens são geralmente mais altas em países de alta renda (16,6% por 100 mil). Para as mulheres, as taxas de suicídio mais altas são encontradas em países de baixa-média renda (7,1% por 100 mil). Embora alguns países tenham colocado a prevenção do suicídio no topo de suas agendas, muitos permanecem não comprometidos. Atualmente, apenas 38 países são conhecidos por terem uma estratégia nacional de prevenção do suicídio. 

  Setembro Verde: doar é dar vida
  

  O que é: campanha dedicada à conscientização sobre a doação de órgãos e tecidos, estimulando o diálogo, reduzindo recusa familiar, e promovendo melhorias no sistema de transplantes.

  Legislação recente: a Lei 14.722/2023, sancionada, institui incentivos e diretrizes para doação e transplante no Brasil. Em meio à dor da perda, o gesto de doar órgãos pode representar esperança para muitas pessoas. É isso que propõe a campanha “Setembro Verde”, que reforça a importância da conscientização sobre a doação de órgãos e tecidos. Um único doador pode salvar até oito vidas e beneficiar mais de dez pessoas, tornando esse ato um dos maiores gestos de solidariedade e amor ao próximo.

  Dia Nacional da Doação de Órgãos: 27 de setembro. Lei nº 11.584/2007 instituiu essa data para conscientização.
  

  Em muitos estados e municípios, prédios e monumentos iluminam-se de verde; campanhas educativas; divulgação nos meios de saúde; rodas de conversa; mobilização em escolas.

  

  A campanha Setembro Verde é um convite ao diálogo. Para ser doador não é necessário deixar nada por escrito, somente comunicar o desejo à família. É a autorização familiar que torna possível esse gesto de amor, capaz de salvar vidas todos os dias no país.

  A decisão de doar não apenas oferece uma nova chance para quem espera por um transplante, mas também ajuda a transformar o luto em um ato de esperança. Os órgãos são destinados a uma lista única de espera do Ministério da Saúde (MS). O Brasil ainda enfrenta alto índice de recusa familiar, mesmo quando há intenção declarada de doação ou quando o falecido manifestou desejo. Serviços e Informações do Brasil.

  Também há lacunas de infraestrutura, de comunicação e de informação e desinformação sobre morte encefálica, sobre os procedimentos legais etc. Atualmente, um doador falecido pode doar fígado, rins, córneas, pâncreas, intestino, veias, ossos e tendões. O diálogo dos profissionais de saúde acontece com a família quando há a confirmação de morte encefálica ou parada cardiorrespiratória.

  
  

  Setembro Roxo: visibilidade à fibrose cística
  

  Neste Setembro Roxo – Mês Nacional de Conscientização sobre a Fibrose Cística, o Instituto Unidos pela Vida, ao lado de parceiros, voluntários, associações e apoiadores de todo o país, busca conscientizar toda a população sobre a fibrose cística e torná-la mais conhecida no Brasil. Conhecida como Doença do Beijo Salgado ou Mucoviscidose, a fibrose cística é uma doença genética rara e ainda sem cura. Resultado da disfunção da proteína reguladora da condutância transmembrana da fibrose cística (CFTR), ela faz com que toda a secreção do organismo da pessoa com a doença seja mais espessa que o normal, dificultando sua eliminação e podendo gerar infecções, inflamações e outros problemas de saúde.
  

  Diagnóstico precoce: um dos focos é garantir que bebês e pessoas com sintomas sejam avaliados logo, pois isso faz diferença na qualidade e expectativa de vida. A triagem da fibrose cística começa logo nos primeiros dias de vida do bebê, por meio do Teste do Pezinho, exame gratuito e obrigatório para todos os recém-nascidos brasileiros. Caso ele indique uma alteração para a fibrose cística, é necessário que seja realizada uma segunda coleta e, se também for positiva, o Teste do Suor deve ser realizado.

  

  Simples, indolor e não invasivo, o Teste do Suor deve ser feito para confirmar ou descartar o diagnóstico quando há a suspeita da fibrose cística, podendo ser realizado em qualquer fase da vida. Além dele, exames genéticos também podem ser utilizados para a confirmação da fibrose cística.

  Acesso ao tratamento: terapias multidisciplinares, acompanhamento médico especializado, equipamentos, medicamentos.

  Mobilização social: iluminações de prédios, campanhas em mídias diversas, ações online, participação de pacientes, famílias e associações.

  O Brasil tem vários milhares de pessoas diagnosticadas com fibrose cística (os números variam conforme os registros oficiais, mas estima-se que muitos casos ainda estejam fora do radar).

  A fibrose cística exige tratamento contínuo, que pode envolver internações, complicações respiratórias, problemas digestivos, etc. Quanto mais cedo for o acompanhamento, melhores os resultados.
  

  Setembro Amarelo, Verde e Roxo são mais que datas ou cores: são convites para pensarmos coletivamente sobre vida, solidariedade, cuidado com a saúde (física, mental, social) e com os direitos de todos. São momentos em que temos a chance de agir: como indivíduos, instituições, comunidade.

  Quando mais pessoas souberem, menos haverá estigmas; quando mais diálogo houver, maior será a chance de prevenção, de cura ou melhora da vida; quando políticas forem efetivas, o impacto será duradouro. Se nós todos, cada um no seu contexto, fizer um pouquinho, as cores deste mês podem se transformar em mudança concreta de realidade.

Fontes : Setembro Roxo unidos pela vida Setembro Verde amor e doação ao próximo Setembro Amarelo marca a prevenção ao suicídio -Portal GOV