O que é lipedema , e por que medir importa.
- RAQUEL MOREIRA
- há 8 horas
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O lipedema é uma condição crônica, ainda pouco conhecida, que afeta majoritariamente mulheres. Caracteriza-se pelo acúmulo desproporcional de gordura nas pernas, quadris e braços, que costuma ser dolorida, causadora de hematomas fáceis e acompanha sensações de peso e sensibilidade aumentada. Diferencia-se da obesidade clássica também porque geralmente poupa os pés e é simétrico.
Apesar de ainda pouco divulgado, estudos estimam que até 10% das mulheres podem ser afetadas por essa condição. Desde a descrição inicial por Allen & Hines em 1940, o lipedema permanece com diagnóstico clínico, sem critérios laboratoriais tão bem definidos.
Neste cenário, a avaliação da composição corporal, especialmente por meio da bioimpedância, vem ganhando destaque como recurso objetivo para monitorar evolução, resposta ao tratamento e orientar as pacientes de forma mais efetiva.

A bioimpedância é uma técnica rápida, segura e não invasiva que envia uma corrente elétrica de baixa intensidade por meio do corpo para estimar a composição corporal — gordura, músculos, água e ossos.
Os aparelhos modernos, como as balanças de bioimpedância, oferecem medições segmentadas — região inferior, superior e geral — o que ajuda a identificar acúmulos mais localizados, como os típicos do lipedema.
Bioimpedância no contexto do lipedema
1. Diagnóstico e diferenciação
A bioimpedância auxilia no diagnóstico ao apresentar padrões típicos: gordura acumulada em membros inferiores, associada a água corporal que pode indicar edema . Assim, ela ajuda a distinguir lipedema de obesidade e linfedema.
2. Avaliação segmentar
Estudos mostram correlação positiva entre o volume medido por bioimpedância segmentar e a intensidade dos sintomas relatados pelas pacientes. Um questionário validado no Brasil (QuASiL) com 154 pacientes revelou que o volume medido está associado à intensidade dos sintomas, com coeficiente estatisticamente significativo.
Essa abordagem permite não apenas monitorar a condição, mas também motivar as pacientes, que veem dados objetivos ao invés de somente percepção subjetiva.
3. Monitoramento da intervenção
Em protocolos de tratamento — seja drenagem linfática, mobilização ou cirurgia (como WAL/lipossucção assistida por água) — a balança de bioimpedância permite quantificar mudanças na composição corporal, tanto regional como total.

Mulheres que passam por drenagem mecânica observam redução no conteúdo de gordura segmentada depois do procedimento, com tendência de recidiva se o cuidado não for mantido — algo que a balança pode ajudar a alertar.
Vantagens da balança de bioimpedância no tratamento
Segmentação do corpo: avaliando membros específicos (pernas, braços), fornece dados que escalas comuns não mostram.
Rapidez e simplicidade: basta ficar sobre a balança, sem necessidade de exames complexos.
Dados numéricos: mudanças em porcentagem de gordura e água são computáveis, permitindo comparação semana a semana.
Motivação e aderência: pacientes tendem a manter o tratamento ao ver evolução numérica.
Integração ao tratamento multidisciplinar: o consenso brasileiro enfatiza abordagens que combinam avaliação precisa, intervenções físicas, nutricionais e comportamentais.
Evidências científicas: validadas no Brasil:
Questionário QuASiL
Em 2020, Amato et al. validaram o QuASiL em 154 pacientes, mostrando que as medidas de volume segmentar por bioimpedância correlacionaram-se positivamente com as queixas relatadas (scielo.br). Isso reforça o uso da balança no seguimento clínico.
Protocolo de fisioterapia + drenagem
Um estudo de 2023 aplicou um protocolo antes e depois da cirurgia, medindo gordura segmentada. Notou redução importante após drenagem linfática e intervenção — dados possíveis graças à balança (revistas.uece.br, portal.amelica.org).
Consenso brasileiro 2025
Um consenso promovido pela Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular enfatizou a importância de avaliações objetivas, incluindo bioimpedância, como parte de abordagem multidisciplinar comprovada (jvascbras.org).
A balança de bioimpedância é mais que um equipamento: é uma aliada na jornada, conferindo dados objetivos, motivação e qualidade ao tratamento do lipedema. Mesmo com limitações, quando usada com responsabilidade, ela amplia o universo de possibilidades de monitoramento e autocuidado.
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Referências
Amato ACM et al. Tradução, adaptação e validação do QuASiL – J Vasc Bras, 2020 (researchgate.net, pmc.ncbi.nlm.nih.gov, scielo.br)
Clinicaleger – Exames para lipedema – papel da bioimpedância (clinicaleger.com.br)
Estudo de protocolo pré‑e‑pós‑operatório com bioimpedância (scielo.br)
Consenso Brasileiro de Lipedema – SBACV, 2025 (jvascbras.org)
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